sexta-feira, 8 de outubro de 2010

EdUcAçãO e Políticas Públicas!

OLÁ, COLEGAS! OLÁ, AMIGOS!

A maioria de nós lembra-se com saudades do primeiro dia de aula de cada ano escolar. Dormir na noite anterior era difícil, e a ansiedade para rever os colegas e contar sobre as férias era enorme. Mas se tem uma coisa que dá saudades mesmo era o cheirinho dos livros e cadernos novos. Estrear os cadernos e agendas do ano exigia uma letra até mais caprichada e, se possível, os dados pessoais eram escritos com caneta de cor especial. Nós crescemos e trouxemos conosco os encantos vividos na
escola. Hoje chegamos à Universidade, uns mais cedos outros mais tarde, a fim de construir novos saberes e de contribuir com a Educação de nosso país.
Portanto, seja bem-vindo e bem-vinda a meu blog, ou melhor ao nosso blog, pois a partir de agora este também será nosso ponto de encontros e desencontros, de discussões e de crescimento.




Por que as mudanças são tão lentas na educação?

José Manuel Moran
Especialista em mudanças na educação presencial e a distância

Por que numa época de grandes mudanças sociais, elas acontecem de forma tão lenta na educação? Por que profissionais inteligentes se acomodam em rotinas, em modelos repetitivos, que muitas vezes causam pouca realização pessoal, profissional e econômica? Sem dúvida a educação depende de melhores condições de formação, remuneração e valorização profissional. Mas quando observamos instituições educacionais públicas e privadas de renome e que possuem relativamente boas condições de trabalho, ainda assim os resultados são muito inferiores ao desejável. Por que profissionais educacionais bem preparados demoram para executar mudanças pedagógicas e gerenciais necessárias? 
Mudanças dependem de uma boa gestão institucional com diretrizes claras e poder de implementação, tendo os melhores profissionais, bem remunerados e formados (realidade ainda muito distante). Mas um dos caminhos que pode esclarecer algumas dificuldades da mudança pessoal é que as pessoas têm atitudes diferentes diante do mundo, da profissão, da vida. Em todos os campos encontramos profissionais com maior ou menor iniciativa, mais ou menos motivados, mais convencionais ou proativos. Nas instituições educacionais – organizações cada vez mais complexas - convivem gestores e professores com perfis pessoais e profissionais bem diferentes.
Numa primeira análise, constatamos que existem, basicamente, dois perfis profissionais (com diferentes variáveis e justificativas): os automotivados e os que precisam de motivações mais externas.  Os automotivados são mais ativos, procuram saídas, não se detêm diante dos obstáculos que aparecem e por isso costumam realizar mais avanços a longo prazo. Os motivados externos são mais dependentes, precisam ser mais monitorados, orientados, dirigidos. Sem essa motivação externa perdem o ímpeto, quando aparecem dificuldades, ou quando o controle diminui. Os automotivados pesquisam e, com poucos recursos ou condições, constroem novos projetos. Os dependentes, nas mesmas ou melhores condições, preferem executar tarefas, obedecer ordens, realizar o que outros determinam. Os dependentes querem receitas, os automotivados procuram soluções. Por que uns são mais motivados do que outros? Uma das explicações, na minha opinião, é que os motivados procuram ou encontram um sentido mais profundo no que fazem na vida do que os dependentes, que encaram a educação mais como profissão e sobrevivência econômica, sem outros ideais que os orientem.