BULLYING!

O Bullying no processo de ensino aprendizagem da Língua Portuguesa.



Ao analisarmos a problemática, e a importância do conhecimento do bullying, dentro do ensino da Língua Portuguesa, verificamos que se faz necessário alertar aos educadores para esta questão, que impede o processo de ensino-aprendizagem no interior da escola.
Os fatores que atrapalham o processo de ensino estão apresentados de forma clara e concisa nas características do fenômeno bullying. Destarte o ensino-aprendizagem envolve não somente a construção de conhecimento científico, mas, segundo consta nos Parâmetro Curriculares Nacionais - PCNs, a construção da pessoa por completo, com uma educação comprometida com o exercício da cidadania que cria condições para que o aluno possa desenvolver sua competência discursiva. É, portanto, na percepção das situações discursivas que o aluno poderá se constituir como cidadão e exercer seus direitos como usuário da língua, é nesse contexto que o fenômeno bullying aparece como um problema real, que merece ser ainda estudado profundamente como um dos fatores dentro do ensino-aprendizagem da língua portuguesa.
Fatores como preconceito, o incentivo a agressões, injustiça, impunidade e outros presentes na prática do bullying, obscurecem o objetivo da educação sistemática na medida em que se propõe a formar bons cidadãos para desempenharem seu papel de participante na construção de uma sociedade igualitária e livre. Nesse contexto, os “educadores”, (professores, coordenadores, diretores, etc.), que tomam conhecimento da violência na Escola e resolvem cruzar os braços, poderiam ser responsabilizados pelo incentivo ao bullying. Podemos, então, questionar: O que acontece com esses “educadores”? Eles estariam a serviço da Educação segundos os moldes de nossas Leis ou estariam a favor de outros interesses que, por sua vez, são particulares e egoístas? Estas interrogações devem ser analisadas, porém se mantém em aberto a problemática uma vez que nosso interesse se concentra mais em refletir e despertar a comunidade educativa sobre a questão do bullying social que afeta o mote da perspectiva do ensino da língua portuguesa mais produtiva.
Preconceito, exclusão social, impunidade, agressão emocional e psicológica, agressão física. Esses são alguns dos elementos, manifestados nos depoimentos das vítimas do bullying, que dificultam a formação plena muito enfatizada pelos teóricos da educação como objetivo do ensino sistematizado. Práticas violentas que obrigam um estudante a ter vida de nômade, ou a reprimir sua desenvoltura intelectual, ou a esconder suas origens e história. Há aprendizagem? Há ensino? Aprendem a se esconderem, a se excluírem, a se aniquilarem reprimindo suas potencialidades ou a condenarem todos os seus colegas, toda a Escola, toda a Família, todos os Professores e Coordenadores, todo o Estado. Uma condenação que pode ser pacífica, mas que também pode se manifestar em formas de violências contra algumas ou todas estas variações de “eus” (eu Escola, eu Estado, eu Família, eu Língua Portuguesa, etc.). Quem são seus Educadores? Quem os Ensina? Todas as variações desse “eu” que não denuncia e que escolhe o comodismo e a omissão, que escolhe o “lado doentio” da democracia. A prática do bullying nas Escolas, portanto, revela que o ensinamento passado através das atitudes dos envolvidos na Escola é para que o estudante se auto-excluam, gerem exclusões, preconceitos, vivam na desconfiança e no medo. Assim, ensino e aprendizagem se manifestam trabalhando em conjunto na construção de vidas amedrontadas ou pervertidas e violentas, descompromissadas, na maioria das vezes, com o social.
Por fim, concluímos que, ao ensinarmos a Língua Portuguesa como um canal de produção social no tempo e no espaço da vida dos estudantes abrem seus horizontes criando nestes uma consciência política socioeconômica como antídoto para questões do fenômeno BULLYING. 

Ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra. Não posso estar no mundo de luva nas mãos constatando apenas. [...] Há perguntas a serem feitas insistentemente por todos nós e que nos fazem ver a impossibilidade de estudar por estudar. De estudar descomprometidamente como se misteriosamente, de repente, nada tivéssemos que ver com o mundo, um lá fora e distante mundo, alheado de nós e nós dele. (Paulo Freire, 2009)

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